Um para mim, um para você

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Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam. Mateus 7:12

Palestrantes e escritores dizem por aí que uma das ferramentas que ajudam na construção de bons relacionamentos é a identificação da principal linguagem do outro. Explico. Enquanto ela gosta de receber presentes (ainda que pequenas lembranças), ele gosta de falar sobre seu dia. Pois bem, sendo assim, ela deve ser atenciosa e “toda ouvidos”, enquanto ele deve ser romântico, ofertando com frequência mesmo que um simples bilhete, um bombom, uma rosa. Assim, ambos poderão se sentir bem.

Longe de mim achar que a solução de todo conflito se daria de modo tão simples. Mas a dica parece funcionar também no mundo dos negócios. Chamada de Teoria Ganha-Ganha, a ideia é que os dois lados envolvidos encontrem soluções em conjunto, entendendo que o futuro da relação, isto é, da negociação, depende de um resultado mutuamente benéfico e que atenda, igualmente, às expectativas e preocupações de todos os envolvidos.

Bons conselhos, boas teorias que na verdade trazem um conceito milenar estabelecido por Jesus: “Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam” (Mt 7:12). Imagine o mundo firmado sobre essa orientação. Ah! Mas o mundo é muito grande, e as cosmovisões são muito diferentes. Imagine, então, uma sociedade, uma comunidade… Ainda assim parece um sonho distante. Mas, quando penso na aplicação do preceito para uma família, um casal, um grupo de amigos, um ambiente de trabalho, acredito que seja possível.

Quem dera fôssemos menos insubmissos, menos orgulhosos da nossa suposta sabedoria. Quem dera fôssemos menos vaidosos, rancorosos e até abusivos. Quem dera fôssemos capazes de gerar acordos sem tentar colonizar o outro, mas dando-lhe o direito de também ser beneficiado. Quem dera saíssemos do modo automático e começássemos a entender que uma trajetória a partir de duas pessoas ou mais envolve corações, mentes, sensibilidades. Só assim deixaríamos de agir como que almejando vantagem própria, mas predispostas a abdicar de algo, caso isso ofereça qualquer dano aos nossos companheiros de viagem. Nosso discurso até pode ser democrático, mas muitas vezes agimos como se fôssemos mais especiais que os demais.

Quer saber um segredo? Em longo prazo, uma relação assim não se sustenta. E mais: nem sempre a culpa é só do outro. Então, que tal fazer uma pausa para pensar sobre quem é você nos relacionamentos? Ainda dá tempo de fazer dos seus laços uma via dupla de bênçãos.

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Sobre o autor

Jornalista, editora da ComTexto. Mestre em ciência e pós-graduada em Teologia

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