Lição 2 – Perdido e encontrado

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A tirinha desta semana usa como ferramenta um meme bastante conhecido: “Houve boatos de que eu estava na pior.” A frase pode vir acompanhada da imagem de uma pessoa na piscina, numa viagem internacional ou até mesmo de um cachorro numa bacia (como se fosse algo chique).

Aproveitamos a ironia da frase para falar do clássico filho pródigo – aquele que pediu sua parte antecipada da herança para viver a vida loucamente. Acontece que ele perdeu tudo, desceu os mais baixos degraus física, emocional e financeiramente, até que teve coragem de voltar para os braços do pai.

Ele foi recebido com amor e até recebeu uma festa em comemoração ao seu retorno. Para quem o visse pouco tempo antes, sim, ele estava “na pior”. Mas a fé no amor do pai, a despeito dos seus desacertos, o fez mudar de status, tornando naturalmente inválidos os boatos. A realidade dele mudou: “Olhem só como eu estou.”

A parábola do filho pródigo é, na verdade, uma forma de nos motivar a não permanecer na mesma condição (e não importa quão degradante ela seja). Nós só precisamos nos lembrar do amor do Pai e correr para Ele a fim de que os boatos a nosso respeito sejam substituídos pelo testemunho da nossa restauração.

Mas a parábola não é apenas sobre o filho que vai. Ela é, também, sobre o filho que fica. Aquele que “fazia tudo certo” e estava sempre ao lado do pai. Esse é o conhecido caso daquele que está perdido mesmo que nunca tenha saído da casa; daquele que pensa que o Pai lhe deve algo; daquele que não se reconhece como perdido, e, portanto, não precisa de perdão.

Uma leitura honesta da parábola nos aponta que, de alguma forma, todos nós já fomos pródigos em algum momento da vida, porque o somos por natureza.

É por isso que a lembrança do resgate de Cristo nos mantém em estado de gratidão e dependência constante de Deus, e de misericórdia aos outros, afinal, todos nós já estivemos na pior, mas olha agora como estamos!

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Sobre o autor

Jornalista, editora da ComTexto. Mestre em ciência e pós-graduada em Teologia

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