Lição 1 – A aliança eterna

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Será que a Bíblia pode apresentar dois pontos de vista contraditórios a respeito da lei de Deus e do Seu plano de salvação? Por um lado, ao abordar a “antiga aliança” feita com o povo de Israel, a Bíblia descreve a lei de Deus dada no monte Sinai como “para o seu próprio bem” (Dt 10:13); escrita por Deus no coração das pessoas (Dt 30:10-14); “perfeita” e que “revigora a alma” (Sl 19:7); fonte de “verdadeira liberdade” (Sl 119:44, 45); estabelecida pela fé (Rm 3:31); “santa” e “espiritual” (Rm 7:12, 14), sendo cada um dos seus mandamentos “santo, justo e bom” (v. 12); e um “tutor” que conduz as pessoas a Cristo (Gl 3:23, 24).

Por outro lado, a “antiga aliança” (e a lei de Deus nela contida) é descrita como um tutor não mais necessário depois que alguém vai a Cristo (Gl 3:24, 25); como procedente da “carne”, não do Espírito (Gl 4:23, 29); que impede as pessoas de receber a herança da salvação eterna (v. 30); um “jugo de escravidão” (Gl 5:1); uma “letra [que]mata” (2Co 3:6); um “ministério que trouxe a morte” e a “condenação” (v. 7, 9); um poder que mantém as pessoas “debaixo da lei”, e não “debaixo da graça” (Rm 6:14); algo para o qual devemos morrer a fim de nos casarmos com Cristo e recebermos a salvação (Rm 7:1-4); e um sistema que se tornou obsoleto depois da vinda da nova aliança (Hb 8:13).

Se você tivesse que dar um estudo bíblico, quais dessas passagens usaria para falar a respeito da lei de Deus, da Sua aliança e das promessas que Ele fez ao Seu povo?

Será que a aliança estabelecida no monte Sinai, que era perfeita e revigorava a alma, repentinamente se tornou mortal e catastrófica assim que surgiu a nova aliança?

Para responder a isso e a outras questões que surgirão ao longo da lição deste trimestre, é preciso ter em mente que toda a revelação bíblica gira em torno do “sangue da aliança eterna”. Por isso, devemos pensar de modo mais amplo do que apenas em “aliança antiga ou nova aliança”. Temos de pensar numa aliança eterna que abrange todas as demais.

O significado e a abrangência multidimensional da “aliança eterna” e sua “aliança da graça” adaptada ao período do pecado foram revelados progressivamente ao longo de toda a história da redenção.

Por meio das alianças, Deus revelou gradualmente dimensões cada vez mais profundas do plano de salvação contido no evangelho eterno. Jesus Cristo, Aquele que estabelece a aliança, veio em um momento específico da história da Terra para ratificar “a aliança” em todas as suas esferas.

Tudo isso deixa claro que “a aliança”, “a nova aliança” e “a aliança eterna” não são três alianças diferentes, mas três designações diferentes para uma e a mesma aliança, que revela um único e o mesmo “evangelho eterno” (Ap 14:6).

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Sobre o autor

Jornalista, editora da ComTexto. Mestre em ciência e pós-graduada em Teologia

2 Comentários

  1. Quando falamos que a “ANTIGA ALIANÇA” não existe mais, temos a leve impressão que o que foi passado la atras já não tem mais validade, sendo que Deus tem revelado cada vez mais a fundo seu plano da salavação através das alianças que ELE estabeleceu….

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