Dizem que uma criança pode ouvir, em média, 80 “nãos” por dia de pais, cuidadores e professores. Isso significa que, até os cinco anos de idade, ela pode acumular cerca de 150 mil “nãos”.
De forma semelhante, nos primeiros meses no deserto, Israel também ouviu alguns “nãos” de Deus. Eles eram como crianças indefesas, totalmente dependentes do Senhor para receber água, comida e abrigo. Como Pai amoroso, o Senhor cuidou de Seu primogênito (Êx 4:22) e providenciou tudo de que precisavam – inclusive um “mural de regras”.
Os Dez Mandamentos – escritos pelo próprio dedo de Deus em duas tábuas de pedra – foram entregues ao povo em um cenário impressionante: trovões, relâmpagos, som de trombeta e o monte fumegante. A intenção de Deus era impactar Israel com a santidade de Seus mandamentos, a pureza de Sua justiça e, acima de tudo, com Seu amor infinito.
No entanto, alguém poderia perguntar: como uma lista de nãos, entregue em um ambiente tão assustador, pode ser chamada de “lei do amor”? Certamente, a metáfora da educação dos filhos nos ajuda a compreender. Para crianças pequenas, que ainda não sabem discernir o certo do errado, é necessário que os pais mostrem o caminho de forma clara e, às vezes, incisiva. Para um bebê que se aproxima perigosamente de uma tomada, um sonoro “não” pode ser a melhor forma de proteção!
Assim também é a lei de Deus: expressão de cuidado e amparo de um Pai que não suporta ver Seus filhos sofrerem. Por trás de cada “não” da lei de Deus (e oito mandamentos começam com essa palavra), existe um grande “sim” da graça – um abraço do Pai. Cada trovão e relâmpago do Sinai, portanto, era uma declaração de amor de Deus.
Os Dez Mandamentos refletem o caráter bondoso do Pai. É como se fossem uma “selfie” de Seu rosto santo e amoroso. No relacionamento com Ele, mostramos nosso amor por meio da obediência. Não foi isso que Jesus disse? “Se vocês Me amam, guardarão os Meus mandamentos” (Jo 14:15).
Em um tempo marcado pelo relativismo, pela ética situacional e pela rejeição de normas morais, Deus nos chama a obedecer à Sua lei de amor. Que tal adorá-Lo da forma que Ele mais gosta?