A tirinha desta semana, além de autoexplicativa, é bastante provocativa. Nunca é fácil ressignificar nossas fontes de prazer. Tal fato chegou a um ponto tão extremo que acabou revelando muitas incoerências da tolerância. “Tudo deve ser tolerado, menos aquilo que afronte meu prazer.”
Acontece que, quando falamos de adoração, falamos também de colocar as coisas em ordem, isto é, o lugar do Criador e o lugar das coisas criadas. Porém, vivemos dias em que o conceito de hierarquia não tem mais muito valor. A sociedade contemporânea também não aprecia muito a ideia de submissão e supremacia; aprecia menos ainda a proposta de uma adoração que exija abnegação.
Estaríamos diante de uma geração de cristãos cujo deus se parece mais com eles mesmos do que com a descrição bíblica? Para esse deus o que importa é ser feliz?
Nossa adoração depende completamente da nossa percepção do verdadeiro Deus. Jesus disse que quem O via, via também o Pai (João 14:9). Então, precisamos entender quem foi e quem é Jesus para que nossa adoração suba de nível.
O problema é que o Jesus do coletivo imaginário atual se parece mais com algumas ideologias do que com Ele mesmo. Jesus foi um preso político? Jesus veio quebrar o “sistema”? Jesus foi o primeiro a declarar “resistência”?
Querido jovem, Jesus veio livrar você e a mim do pecado. Ele veio resolver um problema que ninguém mais poderia resolver. E se os nossos pecados estão atrapalhando nossa adoração, podemos achar que Jesus foi qualquer coisa, mas ainda não entendemos que Ele é o grande Salvador. Salvador dos outros? Também. Mas, antes, o seu Salvador.
O primeiro passo para a adoração é o reconhecimento da grande obra feita por Deus: João 3:16. Contudo, a graça não tem que ver com “o que importa é ser feliz”. A graça tem que ver com a remissão de uma condição que era irreversível. Ao entender o que o Salvador fez, você passa a desejar, custe o que custar, que Ele seja também seu Senhor.
Aí, então, é o começo da adoração.