A frase de Jó – “Ainda que Ele me mate, Nele esperarei” – é uma das mais profundas e belas declarações de fé encontradas na Bíblia. Jó passou por situações que abalariam a estrutura religiosa de qualquer mortal. Ele não podia ver os bastidores do conflito que se desenrolava; não tinha noção da reunião cósmica à qual compareceram representantes de mundos não caídos e o usurpador da Terra, Lúcifer. E não podia ter a menor ideia de que, de certa forma, estaria representando o caráter de Deus para o Universo, provando que é possível servir ao Criador e continuar confiando Nele, ainda que o mundo se desintegrasse debaixo de seus pés carcomidos pelas feridas.
Talvez não tenhamos que suportar de maneira concentrada tudo o que o patriarca enfrentou. Mas experimentamos muitas perdas ao longo da vida: relacionamentos desfeitos, saudade, doenças, tragédias, acidentes, luto e a nossa própria morte. Obviamente que Deus nos dá força para enfrentar tudo isso, mas saímos feridos e nosso anseio pelo Céu só aumenta. E ainda bem que temos essa esperança! Sabemos que todas essas mazelas são passageiras e que o choro pode durar uma noite, mas a manhã sempre vem.
Precisamos enxergar o mundo com as lentes de Deus, as lentes bíblicas, as lentes eternas. Precisamos nos lembrar de que há um conflito cósmico se desenrolando por trás das cortinas da realidade espiritual. E um dia, quando estivermos a salvo do outro lado da eternidade, veremos que, embora o Senhor não tenha causado os eventos que nos machucaram, Ele os usou para o nosso bem – nosso bem eterno.
Que possamos dizer como Jó: “Ainda que Deus nos permita sofrer, adoecer, perder, morrer, Nele confiaremos.”