O que você entende por casamento? A pergunta pode parecer simples demais, mas se a gente for analisar como as coisas já não são como aprendemos, faz sentido se perguntar o que você entende por casamento nos dias de hoje.
Vivemos uma época marcada pela não permanência. É por isso que somos testemunhas de casamentos relâmpagos. As pessoas se casam por muitos motivos, mas talvez não pelo motivo principal: tornar-se um com alguém que deverá caminhar ao seu lado até que a morte os separe.
Ah, mas são tantos os pormenores envolvidos numa relação a dois! Não podemos julgar o que leva a uma separação. Apesar de isso ser verdade, é verdade também que o número de separações por motivo de “incompatibilidade” aumenta assustadoramente.
Uma coisa é traição, agressão, abusos verbais, físicos ou psicológicos, que configuram situações brutalmente complicadas e até imprevisíveis. Contudo, no namoro, uma boa dose de olhos abertos e mais atenção aos conselhos de quem nos ama poderia evitar a tal da “incompatibilidade”.
Perguntas que podemos fazer: “Essa união me ajudará na escalada para o Céu? Aumentará meu amor a Deus? E aumentará minha esfera de utilidade nesta vida? Se essas reflexões não apresentarem nada em contrário, então prossiga, no temor de Deus” (Fundamentos da Educação Cristã, p.105).
Por favor, é preciso que você entenda que o casamento envolve muitas coisas e todas essas coisas dependem de responsabilidade e compromisso.
Além disso, não imagine que seu estilo de vida antes de se casar vai mudar num passe de mágica ao entrar em matrimônio. Pessoas com dificuldade de relacionamento levarão isso para o casamento. Pessoas que não conseguem se firmar numa relação longa terão de lidar primeiro com isso para, então, só depois se casarem.
O casamento o levará para outro patamar, para uma unidade física, social, emocional, financeira e principalmente espiritual.
E a individualidade, onde é que fica? Bem, a individualidade permanece sob os ditames do amor e do serviço mútuos. Ninguém é dono de ninguém, mas ninguém vive apenas para si de agora em diante.
Precisamos falar também sobre um grande erro que jovens e adultos cristãos cometem: casar para poder fazer sexo. Saiba que o sexo – um presente de Deus –, nos foi dado para a realização do prazer do casal, sim, mas também para que entendemos e reflitamos o ápice da unidade, ou seja, assim como Deus é apenas um sendo ao mesmo tempo três, nós passamos a ser um, apesar de dois. Somos dois em um não somente pelo sexo, mas para todos os desafios da jornada.
Casar-se somente com intuito de não cair em tentações sexuais rebaixa o propósito do matrimônio. Temos de nos casar por amor, para fazer o outro feliz, para amadurecer, para entender a dinâmica da trindade. Lembrem-se de que a Bíblia utiliza o relacionamento sexual entre homem e mulher como símbolo do próprio amor de Deus por Seu povo “O casamento, uma união vitalícia, é símbolo da união entre Cristo e Sua igreja” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 7, 46).
Acontece que as pessoas se casam sem entender isso e quando surgem os problemas, ainda que difíceis (mas contornáveis), já pensam em desistir.
Desonramos a Deus quando nos esquecemos de que Ele é o Senhor da unidade. De que quando nosso relacionamento corre perigo é a Ele que devemos recorrer a fim de que restaure aquilo que está prestes a ruir. Deus tem total interesse em abençoar com harmonia e unidade os lares, as famílias, os relacionamentos. Nenhum relacionamento é tão desestruturado que não possa ser unido por Deus.
Mas para isso você precisa estar disposto a crescer. Crescer sob vários aspectos. Numa relação a dois, nós toleramos e somos tolerados. Muitas vezes somos provocados, mas nós também provocamos. Não existe apenas um lado. Pare já de acusar o outro e de se vitimizar. Seja ousado o bastante para se autoavaliar e dar passos rumo ao amadurecimento.
O projeto de Deus, no que diz respeito à unidade, é muito maior do que eu e você idealizamos. Dê uma oportunidade para que Ele revele mais sobre isso a você.