Com certeza você já ouviu por aí e, também, na igreja o seguinte: de pouco adianta a gente falar de Jesus para alguém que está com a barriga vazia. Isso significa que, primeiro, sanamos a necessidade física, para só então depois oferecer verdades espirituais.
Da mesma forma que isso é verdade, a tirinha desta semana, traz outra questão: de nada adianta dar o pão físico, isto é, cuidar de necessidades primárias e urgentes, se não passarmos disso.
Reduzir o evangelho eterno a apenas causas sociais é tão imperfeito quanto achar que evangelizar tem que ver apenas com aspectos religiosos. Acontece que temos visto uma enxurrada de pautas políticas inundando a igreja como se elas fossem um tipo de atualização do evangelho.
Evidentemente, as questões sociais têm relevância. Aliás, as necessidades temporárias são pautas bíblicas muito antes de serem pautas políticas e socioculturais. A diferença entre uma e outra?
A pauta social, do ponto de vista bíblico, tem que ver com saúde integral, ou seja, o evangelho tem responsabilidade de restaurar e prover alento ao ser humano, considerando todas as suas camadas de necessidade. Isso, contudo, apontando sempre para a esperança de restauração definitiva, encontrada apenas na solução divina chamada Jesus.
A pauta social, do ponto de vista político, acredita, ingenuamente, que, com ajustes, a humanidade pode resolver seus próprios problemas, sem considerar nessa equação o fato de que fomos contaminados pelo egoísmo de uma natureza extremamente tombada pelo pecado.
A solução nunca esteve aqui nem em nós. Todo o nosso esforço é apenas um paliativo até que a solução externa e eterna reorganize nossa existência na história.
Continuemos a fazer caridade, não para que isso vire disputa discursiva de conduta da igreja, mas como consequência de um coração movido pelo Espírito Santo.
Assim, quando fizer caridade, lembre-se do que Spurgeon – grande pregador batista do século 19 – disse: “Evangelismo é um mendigo contando a outro mendigo onde encontrar o pão.”