Seria Moisés “cancelado” nos dias de hoje se apresentasse um apelo cujas opções se resumissem a apenas dois caminhos? Possivelmente se levantaria alguém para tentar relativizar sua exortação “radical”.
Buscar uma terceira via pode ser uma opção em alguns tópicos da vida, mas, definitivamente, não funciona quando se trata de caminhada espiritual. A Bíblia apresenta a vida como um sistema binário: o bem e o mal, o certo e o errado, a vida e a morte.
E que bom que é assim, afinal, as muitas opções promovem mais dúvida do que certeza. No entanto, quando nos deparamos com apenas duas possibilidades, fica bem mais fácil fazer uma escolha. Pelo menos deveria ser assim.
Mas mesmo quando escolher parece fácil, continua sendo difícil sustentar a escolha e suas consequências. No que diz respeito à vida cristã pautada pela Bíblia, C. S. Lewis disse: “Se você está à procura de uma religião que o deixe confortável, definitivamente eu não lhe aconselharia o cristianismo.”
Esse é o tipo de honestidade espiritual que precisamos ter. Pode ser que, para muitos de nós, viver por Cristo seja mais difícil do que morrer por Ele. É interessante que romantizamos os mártires, enquanto temos dificuldade de viver o básico bem-feito da vida cristã.
E quando nos damos conta disso, de que seguir a Cristo não é fácil, apesar de ser a melhor escolha, acabamos nos sentido tentados a misturar um pouco de nós com um pouco de Deus.
Parece inadmissível que, em pleno 2024, um cristão se submeta plenamente à Palavra. Diante disso, passamos mais tempo na expectativa de construir uma terceira via mais maleável do que focados na esperança de que Deus nos transforme à Sua imagem e semelhança.
Paremos para pensar no que realmente esperamos da vida cristã. Quanto a hoje, louvado seja Deus porque ainda é dia de oportunidade! “Coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam” (Deuteronômio 30:19).
