Nesta semana, temos uma tirinha autoexplicativa. Com certeza, você já viu cena parecida com esta, ou, quem sabe, você mesmo viveu um momento em que acusou e foi acusado por motivo de posicionamento político.
Acontece que, lastimavelmente, as polêmicas políticas que dividiram o mundo fizeram o mesmo com a igreja. Nos últimos anos, temos visto um embate que começou com a política, mas que se revelou muito maior do que ela. Mais que isso: ela nos revelou, fazendo-nos assumir nossas preferências.
Enquanto a luta ideológica polariza a humanidade, nos deparamos com a triste realidade de vê-la polarizar também a igreja.
Isso se tornou um desafio para todas as denominações. Contudo, por mais que até seja compreensível que as religiões dispensacionalistas vejam a política como uma ferramenta favorável, isso tem que ver apenas com a interpretação escatológica deles.
Isso, definitivamente, não tem nada que ver com a escatologia adventista. Muito pelo contrário: somos orientados a não misturar política e religião, porque, por mais que as intenções sejam boas, a realidade sempre redunda em opressão.
Por isso é tão assustador ver membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, chamados para anunciar um Reino que não é deste mundo, para anunciar a chegada de um juízo e a necessidade de arrependimento, se esbaldando na lama do humanismo.
Sim. Toda vez que briga com alguém por causa de ideologias humanas e líderes políticos, você está deslocando o cerne da mensagem final para assuntos que, apesar de relevantes enquanto vivemos aqui, não passam de paliativos para um planeta esgotado pelo pecado.
Votar com consciência sempre será uma obrigação de todo cidadão e do cidadão cristão. Do mesmo modo, devemos respeitar a orientação política de quem pensa diferentemente de nós.
Mas, acima de tudo, devemos nos blindar de tudo que é político-religioso. Ou você já se esqueceu de que, muito em breve, um sistema político-religioso nos privará da nossa liberdade de consciência?
Lembre-se: nem direita nem esquerda, mas para frente e para o alto!