Há pessoas que, quando leem a Bíblia distraidamente, pensam que o Deus do Antigo Testamento é diferente do Deus do Novo. Para esses leitores superficiais, Yahweh era severo e punitivo, enquanto Jesus foi bondoso, acolhedor e perdoador. Vamos considerar alguns fatos:
- Sim, Deus não tratou o pecado como brincadeira, haja vista o que aconteceu com os antediluvianos, com os rebeldes construtores da Torre de Babel e com os pervertidos habitantes de Sodoma e Gomorra – para citar alguns exemplos de intervenção divina direta.
- Por outro lado, temos claras manifestações da graça perdoadora de Deus no Antigo Testamento. Lembra do que aconteceu em Nínive e em Jericó? Os ninivitas se converteram com a pregação do profeta Jonas, e a destruição condicional anunciada não aconteceu. No caso de Jericó, uma prostituta e a família dela foram poupadas do juízo contra a cidade; e ela, ainda por cima, entrou para a linhagem que levou ao Messias. Grandes exemplos da graça perdoadora, entre outros.
- E quanto ao Novo Testamento? Praticamente nem é preciso citar exemplos da graça de Deus em ação, pois são muitos. Mas há, também, retratos de um Criador que não “passa a mão na cabeça” do pecado nem do pecador empedernido. Jesus pegou crianças no colo e perdoou a mulher adúltera, mas, por outro lado, foi visto brandindo um chicote enquanto expulsava vendedores corruptos da área do Templo.
- O caso triste de Ananias e Safira é emblemático e evidencia o fato de que com Deus realmente não se brinca. Eles foram gananciosos e mentiram ao Espírito Santo. O juízo foi imediato e serviu de exemplo para a igreja nascente de que as coisas do Senhor devem ser levadas a sério.
Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Ele perdoa o pior dos pecadores arrependido, mas não pode tolerar por muito tempo a hipocrisia dos que brincam de religião e tentam esconder ou justificar o pecado que, finalmente, levará multidões para o lago de fogo – a última e triste intervenção do Deus que fez e faz tudo para salvar.
