Começamos mais um trimestre tentando resolver um enigma milenar e universal: Quem é o responsável pelo mal? Talvez já tenhamos a resposta na ponta da língua, mas, para um mundo e para uma época em que a relativização contorna todo e qualquer conceito, definir o mal já é o primeiro grande obstáculo.
Se lidamos com uma sociedade que não sabe o que é o mal, certamente lidamos com pessoas que também não conseguem definir sua autorresponsabilidade sobre muitas coisas.
E tem mais: temos sido bombardeados pelo moralismo daqueles que se acham bons, ou daqueles que falam do amor como se fosse algo comprado na banca da esquina.
Enfim, como falar sobre a autoria do mal, quando as narrativas distorcem o que diz a Palavra?
Sabendo que tudo isso aconteceria, e que a humanidade chegaria ao ponto de não mais conseguir discernir o bem e o mal, Deus nos alerta para que não sejamos precipitados.
Seu próprio caráter tem sido posto à prova há mais tempo do que poderíamos contar e, ainda assim, Ele age pacientemente, até que haja maturidade de todos os envolvidos para compreensão do resultado.
Não nos esqueçamos de que a igreja também está na sociedade e isso significa que podemos errar quando se trata de bem e mal. Jonas (igreja) achou que sabia tudo sobre Nínive e estava enganado. Elias (igreja) não sabia que ainda havia sete mil dispostos a não se curvar a Baal.
Sendo assim, entendamos que não são nossas preferências que definem a salvação dos outros. Sendo assim, saibamos que não nos compete a ceifa. Sendo assim, façamos o que nos cabe: a autoanálise a fim de que na colheita final não sejamos descartados com o joio.
Quanto ao dia de hoje, é como diz a tirinha: mesmo que vejamos algumas obras (boas ou más), ainda não dá para saber quem é quem, pois “de longe parecia trigo, de perto parece que está longe”.