Lição 3: Encontro com Deus | Êxodo

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Colocar sandálias hoje virou sinônimo de descanso – quase um grito de liberdade. Sem querer fazer merchan, mas você já ouviu aquela propaganda: “Use […] e dê férias para seus pés?” Pois é. Geralmente recorremos a elas, ou às famosas “legítimas”, quando queremos relaxar em casa.

Nos tempos bíblicos, porém, usar sandálias tinha apenas um propósito: proteção. Afinal, não era fácil encarar os espinhos, as pedras pontiagudas e a areia escaldante das estradas da Palestina. Para aqueles andarilhos, não havia opções como sapatos ortopédicos, tênis com amortecedor e muito menos crocs com jibbitz de pets. As sandálias eram mais úteis do que confortáveis.

Mas por que Deus pediu a Moisés que tirasse as sandálias? A resposta está na reverência. Estar diante do sagrado exige reconhecimento. Em muitas culturas, até hoje, retirar os calçados é sinal de respeito, entrega e humildade. Moisés compreendeu isso. Ele obedeceu e tirou as sandálias, reconhecendo que era pó.

Você já tirou as sandálias em um deserto? Eu já. Olha… dói os pés. Queima. Se tiver algum corte, vai arder. Se alguma unha estiver encravada, vai entrar areia e pode até infeccionar. No caso de Moisés, havia ainda um detalhe extra: esterco de ovelha! Qualquer podólogo aconselharia: “Não tire as sandálias!”

Mas aquele encontro com Deus revelou duas verdades profundas: quem Ele é e quem nós somos. Ele é santo. Nós, falhos. O chão que Ele pisa é sagrado. O nosso, muitas vezes, está repleto de tropeços, medos e lembranças de nossas origens e fracassos. O chamado que Deus fez a Moisés foi grandioso, mas a resposta do profeta foi cheia de desculpas e inseguranças.

Contudo, o mais belo nessa história é perceber que Deus não desistiu do Seu servo. O fogo continuou a arder, mesmo diante das limitações de Moisés. Antes de libertar o povo, Moisés precisou ser liberto – da culpa, do medo, do passado e até das sandálias que lhe davam uma falsa segurança.

Deus também chama você. Talvez não para o conforto, mas para o confronto. E, mesmo que o deserto doa, a presença santa de Deus é mais valiosa do que qualquer alívio passageiro. Tirar as sandálias é um convite à rendição.

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