A tirinha desta semana brinca com a famosa frase “É cilada, Bino”, fazendo referência a um personagem da cultura popular. Mas, aqui, o aviso é feito a um rabino que participa de uma suposta reunião ecumênica, na qual o orador afirma que é preciso o apoio do Estado para que o Reino de Deus seja implantado na Terra.
Para os adventistas do sétimo dia, cujo conhecimento escatológico é bastante específico, fica claro que qualquer tentativa de reaver uma teocracia com o apoio governamental é uma enorme cilada.
Ao inocente, pode até parecer uma boa proposta. Mas a história nos mostra que toda vez que um cristão com boas intenções recebeu poder do Estado ele passou dos limites em nome da própria fé, tornando-se, assim, perseguidor da fé alheia.
Sim, a força do poder acentua nossas parcialidades.
Hoje em dia, fala-se muito em democracia e em estado laico. Contudo, o que temos visto entre os cristãos de diferentes denominações é o desejo ardente de que o País seja liderado por alguém que estreite os laços entre a Igreja e Estado.
Vale a pena lembrar mais uma vez que não somos adeptos da teologia dispensacionalista, tampouco da teologia do domínio, e muito menos do teonomismo.
Não somos adeptos de nenhuma ideologia teológica que acredita no apoio do Estado para o restabelecimento do Reino de Deus na Terra. Não aderimos a nenhum movimento que acredita na retomada do protagonismo de Israel para o fim dos tempos.
Precisamos urgentemente nos debruçar sobre as nossas bases bíblico-teológicas a fim de compreender com clareza as ameaças por trás dos discursos político-teocráticos.
Ao afirmar que Seu Reino não é deste mundo, Jesus eliminou todas as formas de governo terreno que afirmam ter sido estabelecidos diretamente por Deus.
E, ao despedir-Se dos discípulos, Ele os comissionou a pregar o evangelho a todos, anunciando um Reino futuro atemporal, governado por Ele mesmo.