Lição 6 – A parte mais perigosa do corpo

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Jesus bem disse que a boca fala do que está cheio o coração (Mateus 12:34). Isso imediatamente nos leva a ponderar se em vez de focar no fruto do problema (palavras), não seria essencial entregar a Deus a raiz do problema (o coração). E mais: se de uma só boca procede bênção ou maldição, não deveríamos considerar que até para falar devemos depender de Deus?
Sim. E isso parece o ápice da compreensão do que é a vida cristã de verdade: até para falar, devemos depender e clamar pelo Espírito Santo. Não tropeçar no falar é um sinal de elevada maturidade cristã (Tg 3:2). Mas para isso acontecer precisamos ter a humildade e aceitar que sem Jesus nada podemos fazer, nem mesmo falar para o bem. Isso acontece porque é impossível para os seres humanos mudarem suas palavras pela mesma razão que é impossível para eles transformar o próprio coração.
Essa profunda mudança no coração é o que traz mudanças duradouras tanto em palavras quanto em ações.
Você consegue perceber o quanto temos a aprender sobre o uso da nossa fala e como pouco investimos nisso?
Ellen White diz que “Há uma eloquência mais poderosa do que a eloquência de meras palavras na vida tranquila e coerente do puro e verdadeiro cristão. O que uma pessoa é tem mais influência do que o que ela diz. Os guardas que haviam sido enviados a Jesus voltaram dizendo que jamais alguém tinha falado como Ele [veja Jo 7:46]. Mas o segredo estava em que jamais alguém tinha vivido como Ele viveu. Caso a Sua vida tivesse sido outra, Ele não poderia ter falado como falou. Suas palavras traziam consigo poder convincente, porque brotavam de um coração puro e santo, cheio de amor e simpatia, benevolência e verdade (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 469).
As palavras de Jesus impressionavam porque Jesus sempre foi coerente entre discurso e ação. Assim, somos encorajados a buscar, por meio da comunhão com Deus e estudo da conduta de Jesus, mais e mais poder do Espírito Santo para alcançarmos a excelência cristã, isto é, coerência.
Para refletir: “Quando você se levanta de manhã, você realmente sente sua impotência e sua necessidade de força divina? Você expõe, humildemente, suas necessidades diante do Pai celestial? Se assim você faz, os anjos anotam suas orações e, se elas não saem de lábios fingidos, quando você estiver em perigo de pecar inconscientemente e de exercer uma influência que induziria outros a praticar o mal, o seu anjo da guarda estará ao seu lado para induzi-lo a uma melhor conduta, escolher as palavras que deveis pronunciar e para influenciar suas ações” (La oración, p. 16. Tradução livre).
Nós não estamos lutando sozinhos. Nós não precisamos vencer a maledicência sozinhos. Quanto mais humilde e dependente de Deus, mais edificantes serão suas palavras e influência.

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Sobre o autor

Jornalista, editora da ComTexto. Mestre em ciência e pós-graduada em Teologia

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