E lá vamos nós outra vez tentar entender o que é novo e o que é antigo, o que é da carne e o que é do espírito, quando o assunto é aliança. Como já dissemos anteriormente, existe muita gente boa que, apesar de sincera, faz uma tremenda confusão com as alianças. Isso porque, muitas vezes, usam apenas um texto para a elaboração de toda uma teologia.
Se lermos apenas o que Paulo diz em Gálatas 4:21 e 5:1, e pararmos por aí, certamente tenderemos a crer que a antiga aliança era “da carne”. Contudo, as características que Paulo apresenta nesse texto não dizem respeito à aliança do Sinai, muito menos à nova aliança. Os contrastes explanados por Paulo apontam para as reações humanas em diferentes épocas, diante das alianças, a antiga ou a nova. Nesse caso, a aliança do Sinai ou a aliança da Cruz são eventos históricos.
Quando Jesus veio ao mundo, por exemplo, e morreu na cruz, Ele inaugurou uma nova aliança histórica. Da mesma forma, quando Ele entra na vida de alguém por meio da conversão, ocorre uma experiência da nova aliança, seja qual for o período histórico em que a pessoa viva.
Precisamos entender que sempre que “alguém se converte ao Senhor”, o véu da incredulidade é retirado e ele passa da morte para a vida, não importa a aliança histórica sob a qual tenha vivido (2Co 3:16).
Não podemos nos esquecer de que foi na aliança do Sinai que Deus anunciou pela primeira vez a Sua intenção de escrever a lei nos corações humanos (Dt 6:6; 30:6, 11-14). Melhorar o nosso coração com o amor que vem de Deus não é uma novidade a partir do Novo Testamento. Deus sempre quis fazer isso por nós.
É por isso que não nos cansamos de dizer que a aliança do Sinai e a nova aliança histórica compartilham a mesma essência espiritual e o mesmo evangelho eterno.
Por outro lado, a própria pregação que Paulo fazia do evangelho da nova aliança trazia “morte” para alguns e “vida” para outros! E isso não abre a porta para dúvidas nem evidencia qualquer incoerência. Desde que o pecado entrou no mundo, Deus está sempre propondo novos começos. Alguns aceitam; outros, não.
É por isso que não faz nenhum sentido considerar que o amor, o perdão, a liberdade e todos os benefícios do sacrifício de Jesus se tornam disponíveis à humanidade apenas a partir de Sua morte. A graça de Deus não surge na Cruz. Na verdade, a cruz é resultado da eterna graça de Deus.
Imagine quanto perdemos quando interpretamos equivocadamente as verdades bíblicas!